sexta-feira, 24 de junho de 2011

"A LENDA DO NEGRINHO DO PASTOREIO"


O Negrinho do Pastoreio É uma lenda meio africana meio cristã.
Muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam
o fim da escravidão. É muito popular no sul do Brasil.
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Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões.
Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino negro
de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros que acabara de comprar.
No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio.
Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando.
"Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece", disse o malvado patrão.
Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele pastando.
Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.
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Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou, nu,
sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima,
tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas.
Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos.
O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu.
Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha.